Adoção de animais: homens e mulheres contam como os bichinhos transformaram suas vidas
Ter um pet é sinônimo de muita responsabilidade. É necessário cuidados veterinários, com a alimentação, educar, dar atenção, carinho e disciplina. Mas todo esse trabalho é recompensado por muito amor, uma bagunça saudável, carinho e lambidas. Adotar um animal é um ato de amor, e muitas vezes nessa história quem sai ganhando é o dono, que acaba por ter sua vida e seu lar transformados pela presença de um bichinho. E nós fomos atrás de algumas dessas histórias.
Adotar é um ato de amor
Camille, de 26 anos, relata que não adotou Dilma, e que seu encontro com a cachorrinha foi obra do acaso. “Eu não decidi adotar, ela apareceu no meu caminho. Uma amiga me ligou e falou que tinha um gato abandonado ao lado da casa dela, eu não pensei duas vezes: falei na hora que ia ficar com ela. Ela chegou na minha casa cheia de medo ainda, mas na hora eu fiquei apaixonada”, lembra. Um tempo depois, a historiadora viria a adotar outra gatinha. “Seis meses depois que a Dilma estava comigo adotei a Wanda. Por mim eu teria mais uns 5 gatos, mas não tenho como arcar financeiramente com eles”.
Um animal pode ser motivo de alegria, em diversas situações, até mesmo nas mais tristes. Foi o caso de Lucas, de 25 anos, que resolveu adotar um pet depois que perdeu a avó. “Decidi pela alegria que traz à casa. Sempre tive cachorro, sempre gostei muito, desde criança, então fui meio que acostumado a ter um em casa”, diz. Desde então, o redator já adotou 5 cachorros.
Já o empresário Raphael, de 30 anos, que adotou Babi e Maya, e relata que foi amor à primeira vista. “Eu já tive duas cachorrinhas que foram compradas. Mas quando me casei eu e minha esposa decidimos de supetão adotar. Estávamos vendo umas fotos de uma ONG de uma amiga nossa, e a gente se apaixonou por uma cadela. Aí a gente conversou bastante e adotou”, conta.
Pet não é brincadeira
Contudo, os criadores relatam que nem tudo são flores: os animaizinhos muitas vezes tiram eles do sério. Esperar a fase de crescimento dos bichinhos é uma parte muito delicada da adoção. “Até 1 ano e meio, elas eram muito complicadas. Elas destruíram um sofá inteiro novo. Eu comprei um sofá dia 28 de dezembro e, no dia 10 de janeiro, joguei fora. Mas fora isso é só amor!”, conta Rafael.
Entretanto, para muitos o que mais dói é não poder ter mais tempo com o pet e aguentar a saudade. A estudante Mayara, de 22 anos, criadora de Pinga, Boss e Demi, diz que o tempo é seu pior inimigo. “Quando mais nova eu tinha mais tempo de estar com eles e cuidar, hoje em dia com faculdade e estágio vejo que eles chamam muito minha atenção e eu não posso dar tanta e isso me deixa muito mal”, conta.
Cães e gatos são muita responsabilidade, e muitas vezes é preocupante deixá-los sozinhos, como lembra Camille. “A minha maior dificuldade era saber com quem eu ia deixar quando estava viajando. No início eu levava ela para os lugares, cheguei até comprar uma coleira, mas era uma gata e isso não deu muito certo”. Hoje, a historiadora mora com a mãe e consegue ter uma rede de apoio com as gatinhas. Já para Lucas a maior dificuldade encontrada é que ter um animal de estimação pesa no bolso. “Às vezes é bem caro”, revela o redator, que adotou Julie, Raj, Meggie, Bulma e Gina.
Amor que muda vidas
Apesar de todos os transtornos, ter um animal de estimação é algo transformador, capaz de mudar o dia e até a vida de alguém. Muitos estudos indicam que os animais são capazes de contribuir para doenças psicológicas. Foi o caso de Mayara. “A ideia de ter um ser que te dá todo o amor que falta é maravilhosa, e eles foram e são uma grande ajuda quando tenho crises de ansiedade e depressão”, diz a estudante, que acredita que os três dogs lhe fizeram uma pessoa melhor. “Eles me dão senso de responsabilidade e de cuidado”.
Para Lucas, seus cinco cães melhoram seu humor até nos piores dias. “Às vezes quando tô meio pra baixo, triste com algo, a forma com que eles me recebem ou falam comigo me anima de uma forma que não sei explicar”. É a mesma opinião de Raphael, que se emociona ao falar de suas cadelinhas. “Aquele período que você fica desmotivado, que você não tá bem, são elas que motivam e elas que vem mudar. Elas veem uma lágrima cair do seu olho e vêm te lamber. Todo santo dia de manhã são elas que me acordam. Então mudaram a minha vida por completo”. O empresário enfatiza que o amor é mútuo, e que isso faz toda a diferença. “A maior gratidão do mundo é a que elas têm pela gente e a gente por elas. Não foi uma questão de adoção unilateral”.
Camille, criadora de duas gatinhas, garante que o amor e o carinho são diários. “As duas são a felicidade do meu dia, eu sou a acordada todos os dias por elas, mas nem ligo. Adoro fazer carinho e cuidar”. Adotar um pet é uma relação profunda, de responsabilidade e muito amor, e que de todas as formas marca a vida de alguém. “Eu nem imagino a minha vida sem elas”, finaliza a historiadora.