Você tem mania de limpeza? Entenda quando ela deixa de ser saudável
Você já parou para pensar se tem ou conhece alguém que tenha “mania de limpeza”? Apesar de ser um hábito aparentemente inofensivo, limpar a casa muitas vezes ao dia não faz bem para a saúde, sabia? Na verdade, quando um hábito ocupa tanto o seu tempo que você acaba se distraindo de outras tarefas, ele pode não ser mais tão saudável assim. E é exatamente sobre isso que nós conversamos com a psicóloga Mariana Massari. Para entender melhor sobre o assunto e saber quais são os limites da mania de limpeza, continue lendo a matéria!
Afinal, em que momento a mania de limpeza deixa de ser um hábito saudável?
Varrer a casa, passar um pano no chão, tirar o pó dos móveis e limpar os banheiros… Os cuidados com a casa são muitos! E, para quem não tem o hábito de dividir a faxina em pequenas tarefas ao longo da semana, isso pode acabar ocupando grande parte do tempo. A questão é: até que ponto fazer a faxina todos os dias pode ser considerado algo saudável?
De acordo com Mariana Massari, “para qualquer hábito, podemos pensar numa regrinha básica: quando alguma coisa ocupa tanto o seu tempo que você deixa de fazer outras coisas importantes, está preocupante e precisa de atenção. Serve para trabalho, para cuidado com os pets e com a limpeza. No caso específico da limpeza, podemos pensar que deixa de ser saudável quando não é sustentável, quando se torna uma necessidade, uma obrigação e toma boa parte de seu tempo, além de pensamentos como o de ‘sentir que está sujo’, mesmo que não haja nenhuma evidência disso, tendo como consequência prejuízos na sua vida pessoal ou profissional”, afirma a psicóloga.
Mariana Massari explica ainda que há algumas formas de identificar quais são os indícios desse hábito. Para ela, “você pode identificar se sua mania de limpeza está passando do limite saudável percebendo se há perdas na sua vida, por exemplo, caso você esteja se atrasando para um evento ou evitando-o pelo risco de contaminação ou de sujeiras. Também pode avaliar quanto tempo você gasta com limpeza ao longo dos dias”, explica.
A especialista também complementa que, em alguns casos, é natural gastar um tempo a mais na limpeza, como quando é necessário higienizar bem os produtos do mercado. “Se você faz a faxina grossa da casa em um dia específico, esse dia terá mais horas dedicadas à limpeza, mas são pontos fora da curva e não o padrão diário. Atente-se também ao seu pensamento a respeito da limpeza. É exagerado? Se preocupa em excesso se há ácaros, bactérias ou vírus nos lugares?”, questiona.
A mania é ainda menos saudável quando acaba se tornando um ‘TOC’ por limpeza
O “TOC de limpeza” é o momento em que a mania de limpar a casa deixa de ser algo 100% consciente e se torna, de maneira gradativa, um comportamento compulsivo e doloroso em alguns dos casos. De acordo com a psicóloga, “O diagnóstico do TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo) em si é um pouco mais complexo e deve ser feito por um profissional habilitado, como o psicólogo ou o psiquiatra. Mas, se você sente um sofrimento proveniente da ‘mania de limpeza’, vale a pena buscar ajuda”, explica.
Mariana também dá dicas do que fazer para que a mania não ultrapasse o limite saudável. Você pode, por exemplo, começar a procurar “provas” de que está na hora de limpar novamente. “Não precisa esperar estar imundo, mas se já está limpo, permita-se apenas usufruir”, afirma a especialista. Outro ponto importante é lembrar-se de que nem todos os germes e bactérias são maléficos para a saúde. Muito deles, na verdade, são essenciais para fortalecer o nosso sistema imunológico.
* Mariana Benitez Massari (CRP 05/45928) é formada em Psicologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), pós-graduada em Neuropsicologia pela UNIARA e especialista em terapia cognitivo-comportamental.